Vacinas na Gestação: Guia para uma Gravidez Segura
- Michelli Rodrigues
- 4 de mar. de 2024
- 3 min de leitura

Proteger as gestantes de doenças preveníveis por vacinas é um dos pilares da prevenção durante o pré-natal.
Muitas gestantes trazem em consulta o medo de adquirir uma infecção na gestação que, além de poder comprometer a própria saúde, há risco de comprometimento da saúde do concepto, como malformações, atraso no crescimento intrauterino, parto prematuro, manifestações infecciosas neonatais, e até óbito. Além disso, durante a gestação, ocorrem várias mudanças no organismo da mulher, incluindo alterações imunológicas e fisiológicas, que podem aumentar a suscetibilidade a condições infecciosas, com aumento de morbidade e mortalidade.
Imunizar a gestante é o início do processo de proteção do bebê, antes do seu nascimento, pela passagem de anticorpos pela placenta, oferecendo proteção passiva para ele.
As vacinas recomendadas na gestação podem variar com o país onde vive e se a gestante apresenta alguma condição específica. De maneira geral, a recomendação de rotina contempla:
1 – Vacina Hepatite B
Deve ser realizada para as gestantes que não foram anteriormente vacinadas e estão suscetíveis à infecção.
A transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê, está associada a maior risco de infecção crônica na criança. Com isso, a vacinação da gestante protege a mãe de adquirir o vírus e seu concepto.
O esquema completo é de três doses (0-1-6 meses), podendo ser iniciado no primeiro trimestre da gestação. Caso não haja comprovação vacinal prévia, ou o esquema vacinal esteja incompleto, a orientação é iniciar o esquema ou completar as doses faltantes.
2 – Vacina dTpa
Para as gestantes que tenham esquema completo da vacina contendo o componente tetânico (3 doses), deve ser realizada a dTpa, após a 20ª semana de gestação. Se a história vacinal é incompleta ou desconhecida, deve-se garantir 2 doses da vacina dT e mais a dTpa.
Essa vacina também protegerá contra a difteria e contra uma bactéria, a Bordetella pertussis, causadora da coqueluche, uma doença transmitida por meio de gotículas respiratórias de indivíduos próximos infectados. Essa doença apresenta maior risco de gravidade em lactentes nos primeiros meses de vida e a vacinação de rotina durante a gestação reduz significativamente o risco da criança contrair coqueluche no início da vida.
A melhor estratégia de imunização, é vacinar não só a gestante, mas todos aqueles que convivem com o lactente jovem e que, portanto, representam o maior risco de transmitir a doença no ambiente doméstico.
Ela está disponível na rede pública para grávidas e populações específicas e na rede privada a partir dos três anos de idade.
3 – Vacina Influenza
Recomendada para toda gestante, a cada gravidez, em qualquer fase gestacional, preferencialmente no período que antecede a temporada de circulação do vírus influenza na região. Sua proteção dura em torno de 6 a 12 meses após a aplicação.
Gestantes apresentam maior risco de complicações após infecções por influenza, como hospitalização, admissão em unidades de terapia intensiva e óbito. Além disso, há maior risco para parto prematuro e baixo peso ao nascer.
A imunização contra a gripe durante a gestação protege também o concepto nos primeiros seis meses de vida, lembrando que a vacinação para crianças é licenciada a partir desta idade, e é uma faixa etária com maior risco de hospitalização e complicações pela doença.
Duas vacinas são licenciadas e estão disponíveis no Brasil: na rede pública, a trivalente (com uma cepa do influenza A-H1N1, uma do A-H3N2 e uma variante do influenza B) e na rede privada, a quadrivalente (uma cepa a mais de uma segunda linhagem B), aumentando o espectro de proteção.
4 – Vacina Covid-19
Assim como as anteriores, a vacina contra Covid-19 também é recomendada para gestantes não imunizadas ou com esquema incompleto. Sobre essa recomendação, é possível que ocorra atualizações, mas por ora a recomendação é de uma dose, com reforço anual.
Gestantes com infecção por COVID-19 podem apresentar maior probabilidade de parto prematuro. A vacinação protege não só a mãe, mas também ajuda na proteção do bebê menor de 6 meses, pela passagem de anticorpos transplacentários.
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